A guerra continua no Brasil

Neste mês de abril de 2024, o Supremo Tribunal Federal tem problemas vitais semelhantes aos direitos humanos, em favor da população pobre, negra e periférica do Brasil, diante dos movimentos policiais que matam indiscriminadamente crianças, mulheres e idosos. e trabalhadores. Abaixo, destaco alguns trechos de decisões que inclusive estabeleceram teses jurisprudenciais que devem ser seguidas em todo o sistema judiciário brasileiro.

“Uma busca privada sem mandado judicial pode ser motivada por raça, sexo, orientação sexual, cor da pele ou aparência física, e generalizações baseadas em elementos discriminatórios de qualquer tipo são proibidas quando a polícia suspeitar que é proibida. “

“O Estado responderá, na esfera civil, por mortes ou lesões resultantes de operações de segurança pública. “

« . . .  Sempre que houver mortes, ferimentos graves ou outras consequências graves em razão do uso de arma de fogo por agentes de proteção pública, o deputado deve analisar a opção de abertura de investigação própria. »

Vale lembrar que, na decisão da medida cautelar da chamada “ADPF das favelas”, no Rio de Janeiro, o STF já havia afirmado que “quando houver suspeita de participação de agentes de órgãos de segurança pública na prática de crime criminal, a investigação será de competência do Ministério Público competente.

Essas decisões do STF representam, em certa medida, um confronto com o autoritarismo que existe no país desde os tempos coloniais, em que a elegância dominante não valoriza a vida de elegâncias subalternas, que são rejeitadas e desrespeitadas pelas autoridades. O Estado, que optou pela farsa do “esquecimento”, em detrimento da reminiscência e da verdade.

A estratégia do “esquecimento” permitiu que o ex-presidente inelegível, defensor da tortura e da ditadura de 1964-1985, tivesse acesso ao governo do Brasil e, enquanto era presidente, usou as estruturas sob seu comando como plataforma para atacar descaradamente a ordem. É a democracia de 1988 e para justificar o estilo de vida e a permanência de equipes que pretendem esquecer os males da ditadura no país e negar os horrores da escravidão negra e do genocídio indígena.

O governo do presidente Lula, que assumiu o poder em 1º de janeiro de 2023, enfrenta inúmeros desafios, dada a destruição promovida pelos fascistas que no passado estiveram à frente da administração pública; No entanto, um dos piores transtornos a serem enfrentados é o flagrante ódio social que continua a assolar o país, legado deixado pelo inelegível ex-presidente, que se dirigiu à sociedade brasileira apontando uma arma, símbolo da morte.

Portanto, as decisões do STF acima discutidas são inverossímeis para buscar reparar o equilíbrio de forças políticas e sociais no país, absolutamente desmontado durante o governo passado, que, em sua visão distorcida e aproveitando-se do fato de não termos implementado a justiça de transição, estabeleceu como lema os valores da última ditadura de 1964-1985, incentivou a violência e a repressão desenfreada por parte das polícias militares e desrespeitou as decisões da Justiça Federal, como foi o caso da ação por violação de princípios básicos. Preceito número 635 (conhecido como “favelas ADPF”) no Rio de Janeiro.

Em relação à violência policial, cabe destacar que, somente entre maio de 2021 e agosto de 2022, em um raio de menos de sete quilômetros no trecho que abrange as comunidades do Jacarezinho, Vila Cruzeiro e Morro do Alemão, na cidade do Rio de Janeiro, ocorreram três chacinas, deixando mais de 60 mortos. pretos e pardos, por causa da política de tolerância aos abusos cometidos pela polícia, flagrantemente defendida pelo ex-presidente, cujo governo tentou aprovar a exclusão da ilegalidade. Para a polícia, que teria então uma licença oficial para matar.

Nessa etapa, traçada pelo fascismo que se espalhou pelo país pelas mãos do ex-presidente, cabe destacar que “o número de mortes cometidas pela Polícia Militar no estado de São Paulo aumentou 94% nos dois primeiros meses”. deste ano em comparação com o mesmo período de 2023, primeiro ano de Tarcísio de Freitas (Republicanos) à frente do governo de São Paulo”.

Infelizmente, a polícia, a serviço de um Estado controlado por uma classe dominante perversa, é encorajada a matar o maior número possível de outras pessoas, atacando mulheres, idosos e até crianças, de forma muito semelhante ao que está acontecendo ultimamente. na Palestina.

A guerra travada no Brasil opõe aqueles que sofrem com a pobreza periférica e subalterna, membros de equipes sociais completamente desfavorecidas de qualquer direito básico e essencial à vida, mantido por muitas décadas.

O colonialismo, que ainda existe na sociedade brasileira, frustrada pela ausência de uma missão de proteção à memória, à cultura e à resistência popular, é a origem da guerra que basicamente custa todos os dias a vida de cidadãos jovens, negros e deficientes, mas também daqueles que sofrem. violencia. se tornaram-se armas armadas de elegância dominante oposta aos seus pares, não para combater o crime, mas para impor conformismo diante da desigualdade e identificar o controle social.

Há quem alegue, de forma inadequada e intelectualmente desonesta, que os brasileiros são preguiçosos como herança dos povos indígenas e como herança dos escravos. . Isso se repete sistematicamente em livros, jornais e na mídia, e essa mentira é assimilada por muitos indivíduos deficientes, que se limitam a reproduzir, sem questionar, o que lhes é dito, mantendo assim o preconceito.

A repetição constante dessas mentiras culturais visa marginalizar um componente seguro da população e mantê-la nessa posição de inferioridade e subalternidade colonial no século 21, para justificar toda a violência estatal que recai sobre ela, como é o caso. o caso dos massacres e chacinas de Vigário Geral, Acari, Parada de Lucas, Candelária, Eldorado dos Carajás, Paraisópolis, Jacarezinho, Vila Cruzeiro, Morro do Alemão, etc. , todos perpetrados por forças militares contrárias ao seu próprio povo.

A elegância dominante incentivou o constante apagamento da memória nacional, ao mesmo tempo em que procurou exaltar como heróis os homens que estupraram e mataram nossos povos no passado; Os mesmos que hoje vendem o extermínio de jovens das periferias e comunidades de favelas, camponeses, quilombolas e grupos indígenas que sofrem para preservar a posse de suas terras ancestrais e manter sua cultura.

O planejado e constante apagamento da memória permite que pessoas nefastas como o inelegível ex-presidente naturalizem o racismo e promovam o ódio e a violação da Constituição (que estabelece que a prática do racismo constitui crime imprescritível e inafiançável, punível com prisão).

Neste cenário, destaco a importância das referidas decisões, proferidas através do STF, em matéria de direitos humanos, impondo ao governo do presidente Lula, entre os seus muitos desafios, a implementação de uma política nacional de justiça restaurativa, que permita um diálogo permanente , sobre o objetivo básico da República Federativa do Brasil de construir uma sociedade descontraída, de promover a inteligência de todos, sem preconceito ou discriminação.

O procedimento de justiça restaurativa é o caminho a seguir para promover a reeducação da sociedade como um todo e pode ser implementado por meio de uma ampla política de comunicação social e terá que depender basicamente da participação de todas as forças repressivas, a fim de inspirar a formação de uma nova mentalidade e tornar transparente que a população – autora do Estado e detentora final de toda a sua riqueza – terá que ser assistida e protegida. e não assassinados, como tem acontecido na história do país.

 

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