Duas semanas depois, o Rio Grande do Sul pode sofrer novas enchentes em que o nível da água sequer baixou

PORTO ALEGRE (Reuters) – Menos de duas semanas após o início das enchentes que devastaram o estado, o Rio Grande do Sul voltou a ficar em alerta neste domingo, ameaçando que as águas voltariam a subir antes de baixar.

Sob fortes chuvas desde sexta-feira, a região dos vales dos rios Sinos, Taquari, Caí e Jacuí, cerca de 100 quilômetros a oeste de Porto Alegre, já registrou aumentos significativos, assim como o Guaíba, que banha a capital. e em vários lugares estão acima do chamado ponto de inundação.

O Guaíba, que recebe água de toda a região do vale, subiu 8 centímetros entre a tarde de sábado e a manhã de domingo. Em entrevista à Rádio Gaúcha, o pesquisador Fernando Fan, do Instituto de Pesquisas Hidrológicas da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, prevê que o lago mal poderá ultrapassar os 5,35 metros registrados na semana passada, recorde histórico de enchentes para a capital gaúcha, chegando às 5h50.

“Temos vários locais onde as chuvas chegaram a quase duzentos milímetros. Essa chuva está descendo os rios, já temos notícias de alagamentos em várias cidades. E essa água vai chegar ao Guaíba e a Porto Alegre”.

O coordenador-geral de operações e modelagem do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), Marcelo Seluchi, disse à Reuters que o cenário não é animador, já que voltará ao que aconteceu no início da semana passada. São esperadas chuvas fortes e fortes.

Seluchi disse ainda que, além da chuva, outra coisa que ele teme são os ventos vindos do mar na direção oposta à água da região.

“O resultado de tudo isso é que o Lago Guaíba e a Lagoa dos Patos provavelmente aumentarão de volume nos próximos dias”, disse.

No Vale do Rio Taquari, onde os cidadãos buscavam voltar para suas casas, um novo alerta agora pede que outras pessoas deixem as zonas de ameaça, ao redor do rio e nas partes altas, com a ameaça de deslizamentos.

“Estamos retirando outras pessoas de áreas de risco. Teremos outro evento importante. Chove desde (sábado) nas cabeceiras dos rios, a projeção é que a altura chegue a 25 cm. Em setembro, a maior enchente que tivemos foi de 26,13 cm”, disse à Reuters o prefeito de Muçum, Mateus Troia (MDB).

No sábado, conforme relatado pela Reuters na cidade, os cidadãos começaram a remover a poeira de dentro de suas casas, onde a água chegou a casas de dois andares. No dia seguinte, a limpeza foi interrompida devido à ameaça de uma quarta enchente em sete meses.

O rio Taquari está subindo a mais de 30 centímetros por hora, segundo medições feitas na prefeitura de Estrela, cidade da região. A prefeitura publicou alertas de evacuação nas redes sociais e emitiu alertas sonoros para veículos que cruzam a cidade.

O rio deve atingir 29 metros na Estrela e na vizinha Lajeado, o que levaria a inundações adicionais nas duas cidades.

No sul do estado, a Prefeitura de Pelotas ampliou as zonas de evacuação da cidade, que já está coberta por água.

Na chuva, outros moradores de rua observam com apreensão o ressurgimento de uma enchente que esperavam começar a mitigar.

Acampados na estrada principal em frente a Porto Alegre, os moradores Fernando Ayres da Silva, 40, Luciano Xavier dos Santos, 41, e Vanderlei Porciúncula da Rosa olham apreensivos para suas casas alagadas, separadas da rua por uma passagem baixa. . parede.

Os três saíram com as roupas quando um dique se rompeu há uma semana e a comunidade ficou alagada. Eles preferiram ficar perto para evitar assaltos na região, enquanto suas esposas e filhos foram para os abrigos.

“Já está subindo. Não foi muito, mas vimos. Porque nos últimos dias foi diminuindo e agora parou”, disse Fernando Ayres. “A única coisa que parou a água foi a estrada. Mas se voltar, não sei se não vai inundar até a nossa casa. “

Em Eldorado do Sul, na região metropolitana de Porto Alegre, o agricultor João Almeida deixou o galpão onde estava se refugiando para praticar água após dois dias de chuva. A enxurrada não retornou à sua propriedade, mas ele entrou cerca de um metro no domínio. da estrada já seca, informou a esposa, Edith, por telefone.

O Rio Grande do Sul vem sofrendo chuvas torrenciais desde o dia 29 de abril. Tempestades, deslizamentos de terra e inundações já mataram 143 pessoas, desalojaram 538 mil e deixaram 81 mil desabrigados em 446 das 497 cidades do estado.

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