Megatempestades no Rio Grande do Sul atingem as pegadas do aquecimento global

O Rio Grande do Sul sofre a pior tragédia meteorológica de sua história. Nos últimos sete dias, uma série de temporais mergulhou todo o estado em estado de calamidade pública.

Segundo a Defesa Civil gaúcha, o número de vítimas subiu para 24 e pelo menos 21 estão desaparecidas por causa das enchentes.

Segundo o governador, Eduardo Leite, seria a “maior crise da história” do Rio Grande do Sul, superando os temporais de setembro de 2023, quando outras 53 pessoas morreram em decorrência da passagem de um ciclone extratropical na região.

Segundo a MetSul, o acumulado de chuvas nos municípios do centro do estado, Serra e Vale do Taquari, ultrapassa 500 mm e 600 mm em vários pontos, o que equivale a cerca de um terço da média anual global de chuvas.

As chuvas, paradas desde o final de abril, explicam os meteorologistas, são resultado de uma combinação de três fenômenos atmosféricos. Mas o detalhe que tornou essa situação a mais mortal são as mudanças climáticas.

Primeiro, há uma corrente de vento intensa, chamada de cavado, sobre o estado. Esse componente, por si só, tornaria o clima mais volátil e propenso à formação de chuvas.

Além do cavado, uma intensa sala atmosférica da Amazônia despejou umidade para o sul, o que contribuiu para intensificar os temporais.

Por fim, o centro-sul do Brasil enfrenta uma onda de calor neste outono. A massa de ar quente e seco criou um bloqueio atmosférico, fazendo com que nuvens espessas permanecessem presas sobre o Rio Grande do Sul.

Mas é o aquecimento que torna os eventos climáticos extremos mais intensos e frequentes, como o que estamos vendo ultimamente no Rio Grande do Sul.

Isso ocorre porque o oceano e a atmosfera estão mais quentes do que o normal, levando a um acúmulo da energia necessária para formar a chuva. Essa mudança nos padrões atmosféricos torna os eventos climáticos cada vez mais intensos.

A crise climática no Sul também evidencia o despreparo das cidades brasileiras para a nova era de extremos que se avizinha.

Na última quinta-feira (2), a barragem do Rio das Antas, uma das barragens da Serra Gaúcha, rompeu, agravando a enchente no vale do Taquari.

Além disso, o rio Guaíba, que corta a capital, Porto Alegre, transbordou às 15h.

Com isso, o Guaíba transbordou para o Cais Mauá por volta das 14h. quando atingiu um ponto de 3 metros.  

Esta é a quarta vez desde 1941 que o Guaíba transborda para Porto Alegre.

Os últimos acontecimentos ocorreram em setembro de 1967, bem como em setembro e novembro de 2023.  

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