Gigante chinesa vai combater Samsung e impedir celulares ilegais no Brasil

Uma empresa desconhecida da maioria dos brasileiros estreou no mercado nacional: a Oppo, que é uma das maiores distribuidoras de celulares do planeta. Na verdade, o termo reativação pode ser mais relevante, já que alguns modelos foram vendidos por aqui há dois anos. Desde então, tudo mudou: a ambição da empresa chinesa agora é competir com a Samsung, ocupar uma posição de liderança e também frear a tendência de celulares ilegais.

Essa é a visão do diretor comercial Marco Vorrath. Em uma conversa exclusiva, ele me contou sobre os bastidores da Oppo, a adição da produção em Manaus e uma garantia de dois anos. Veja as linhas a seguir. Foi editado para maior clareza e concisão.

Thássius Veloso – Essa é a incursão da Oppo no país. O que aconteceu desde então?

Marco Vorrath (Oppo) – Em 2022, é um experimento com um pequeno lote de produtos e não tem nada a ver com a operação existente. Tivemos um intermediário que criou a relação publicitária. Desde então, estamos nos preparando para entrar no Brasil. Competitivamente, iniciamos a produção com o Grupo Multi (antigo Multilaser) no mês passado e já estamos promovendo no Magalu e nas lojas online. Este primeiro momento visa ter um negócio de retalho com forte presença nas lojas físicas. O mercado pode esperar muitos desenvolvedores nos pontos de venda.

Que lições foram aprendidas com o que correu bem e o que não funcionou na primeira tentativa?

O controle existente é absolutamente diferente. Temos David Yuan, nosso CEO no Brasil, e outros executivos da matriz na China. Não sei dizer o que aprendemos porque não tínhamos um departamento de vendas ou marketing, por exemplo. Estava sob a direção de um intermediário. Nosso projeto é destinado a executivos que atendem diversas regiões do Brasil. Embora o mercado de celulares esteja em declínio, a Oppo notou que um segundo ou terceiro logotipo está faltando no mercado. Isso se aplica ao cliente final, bem como aos operadores e varejistas, que não precisam estar nas mãos de dois players da categoria intermediária. Eles precisam ter algum outro ator coadjuvante forte para poder revolucionar o mercado.

O objetivo é ter sucesso em que posição?

Nossa ambição é estar entre os 3 mais sensíveis, entre os 2 mais sensíveis nos próximos anos. Sabemos que não é fácil porque existem marcas muito fortes, como a Samsung, com cerca de 49% de quota de mercado, ou a Motorola, com a sua capilaridade muito elevada e a sua presença no comércio físico. Novas marcas também estão aspirando a esse mercado. Conhecemos os pontos fortes e as qualidades dos produtos Oppo para enfrentar este desafio.

Especialmente porque a Samsung responde por quase uma parcela das vendas. Pelo que entendi, ele está indo para a casa da Motorola. Entendi corretamente?

Olhamos mais para a Samsung! (risos) Se almejarmos a Motorola, provavelmente não conseguiremos ultrapassá-la, e é por isso que estamos perseguindo o líder. Os smartphones da Oppo têm design, câmera, desempenho e velocidade de carregamento mais próximos dos consumidores que têm usado a Samsung ultimamente.

A Samsung tem muito dinheiro. É estranho o que eles podem fazer. . .

Eu sei, eu dirigi esse caminhão.

Se for um caminhão, qual veículo você dirige agora?

Um drone! (risos) A Samsung tem muitos recursos do ponto de vista institucional, mas ouvi dizer que eles investiram menos. O conceito da Oppo é construir o logotipo cara a cara, na loja, onde podemos oferecer ofertas mais atraentes. Isso não é viável online porque substitui o valor ou dá uma redução ao Pix. O vital é que o cliente tenha consciência de que é um produto inteligente, que dura mais e que tem dois anos de garantia.

Essa garantia superior é paga em alguns lugares.

Os lojistas adoram. O pessoal do Magazine Luiza me disse que esse recurso seria ruim para eles, já que não venderiam mais esse serviço. Nós da Oppo queremos que isso faça com que o cliente aceite como fiel à marca, além de ser um argumento para desmontar o contrabando de smartphones, que não têm suporte local e muito menos garantia. Conhecemos marcas cujos números de vendas no Brasil vêm quase que inteiramente do mercado anormal.

Recursos da indústria me disseram que a Xiaomi está fazendo a lavagem do logotipo. Ou seja, dão um verniz institucional e oficial ao logótipo, mas a verdade é que se espera que haja contrabando porque afinal vêm da mesma fábrica. e os chineses foram pagos.

Não funciona para nós porque fizemos um investimento maciço. Temos fabricação local, equipe de vendas, equipe de marketing, equipe de vendas, investidores. . . há muita energia, outras pessoas e dinheiro da Oppo no mercado brasileiro para se pensar. Dessa forma. Trabalharemos com nossos parceiros para mitigar esse caminho. Essa governança tem sido discutida com Magalu, Amazon e outros aliados.

Esses pontos de venda que você falou têm mercado. Vão remover ofertas ilegais?

Comprometeram-se a fazê-lo. Estamos começando agora e vamos acompanhar a situação. Por exemplo, o Magalu é nosso parceiro exclusivo em todo o país. Eles já fizeram pedidos e os smartphones estão em estoque. Agora é atrativo vender esses aparelhos, uma vez que nossa nota fiscal já foi emitida. É inteligente para nós, é inteligente para eles, é inteligente para a indústria e é inteligente para o mercado como um todo.

Algumas outras pessoas estão indignadas com essa história de celulares anormais. Admitem que compram porque custa parte do preço. Se houver um problema, eles jogam fora e compram outro. Está com medo dessa opção?

Acompanho os mercados e não descobri descontos tão competitivos. Vejo uma diferença de R$ 300, algo nessa faixa. Pensando com o meu cliente, digo a ele que ficaria mais confortável pagando um pouco mais e sabendo que terei garantia, software brasileiro e mais segurança.

O que é Multi nessa história?

Cuida de toda a importação de componentes, que vão para Manaus (AM) e passam pela produção do cartão SMT. Em seguida, eles vêm para a Extreme (MG) para o componente mecânico e acabamento. A Multi também cuida dos impostos, faturamento e entrega aos lojistas. Desenhamos contratos, preços, condições de pagamento. Calculamos isso e a Multi operacionaliza o fluxo.

Por que você fez o Multi?

Não posso responder com muita certeza porque tomei a decisão antes de entrar na corporação, em janeiro de 2024. Sei que está localizado em Extrema, com fácil acesso a várias partes do país. Tem a Ale, que é especialista em questões tributárias. É também uma revenda com canal aberto com lojas e operadoras. Empresas como Compal e Foxconn não faturam, apenas fabricam. A única outra empresa com toda essa capacidade seria a Positivo, que já apostou em uma concorrente: a Infinix.

Como será feita a qualidade? Faço essa pergunta porque muitas outras pessoas criticam os produtos feitos através da Multi por serem de má qualidade ou por se deteriorarem rapidamente. No entanto, seu CEO me disse em uma entrevista recente que estava satisfeito com o índice de satisfação de seus clientes.

Fizemos um grande investimento em máquinas que a Multi não tinha, mas que eram obrigatórias para fabricar os aparelhos. Há engenheiros da Oppo em Manaus que controlam tudo. Tivemos até algumas dores de cabeça no primeiro lote, que foram consertadas e os produtos agora atendem às expectativas populares da Oppo. Vamos realizar o controle de qualidade e nos ater ao feedback dos compradores. Além disso, não há nenhum vínculo entre o seu logotipo e o nosso, muito menos uma joint venture. A parte traseira do smartphone conta apenas com Oppo. Toda a construção do dispositivo terá que se ater ao projeto estrangeiro, seja por meio da Multi, Compal, Foxconn ou Flex.

Por que importar modelos?

Ninguém consegue no Brasil fazer isso. O público em geral se depara com uma escala gigantesca. Essa é uma complexidade adicional do país: exige produção local de quem precisa crescer aqui. Em outras regiões da América Latina, como Colômbia, Chile, México e Peru, bastaria importar os aparelhos. e estar oferecendo o sistema traduzido.

Você faz parte do Grupo BBK, que também é dono da Realme, com produtos à venda no Brasil. Existe uma integração entre as duas empresas? Tenho a impressão de que até tentam, mas não conseguem sair do papel.

Nossa operação não tem contato com Realme. No compartilhamos nada. A equipa da Oppo está focada na boa sorte dos smartphones Oppo.

Está pensando em abrir um quiosque ou shopping?

Em primeiro lugar, teremos de conseguir o que estamos a fazer agora: trazer o sector retalhista e, dentro de alguns meses, um operador telefónico. Isso será decisivo para os próximos passos. No entanto, é fato que a Oppo tem muitas saídas físicas na China. Ainda estamos contemplando o canal de mercado direto, mas ainda não tomamos uma decisão final.

O mercado de smartphones passa por turbulências. Temos notado as idas e vindas da Nokia/HMD e Xiaomi no Brasil. No cenário externo, a LG se retirou desse negócio e a Sony tem um papel muito limitado nele. Como o brasileiro pode ter tranquilidade ao saber que não está mais lá?Aventureiros que chegam, ficam um tempo, fazem as malas e vão embora?

Acho que o mercado é soberano e toma uma decisão sobre quem fica e quem vai. Se você pegar a lista da Forbes das maiores corporações de 20 anos atrás e compará-la com a de hoje, perceberá que 90% dos nomes são diferentes. Isso mostra que o Global é muito dinâmico. A Oppo é uma empresa de duas décadas em ascensão. Temos um plano de expansão muito forte, a ponto de patrocinarmos a Liga dos Campeões, o torneio de Wimbledon e Roland Garros. Também estamos fazendo um forte investimento no Brasil, como eu te disse. Então a gente não passou a sair. É um projeto muito sério, cheio de tensão e expectativas. Monitoramos diariamente as vendas das unidades. Precisamos ser líderes de mercado.

Qual será o contra-ataque da Samsung e da Motorola?

Conhecendo-me, diria que o primeiro ponto é o preço. Todo mundo sabe que a Samsung lança um smartphone de 2. 000 reais e seis semanas depois já está 30% mais barato. Podemos querer tomar medidas semelhantes. Inicialmente, o hábito da Oppo está mais próximo do da Apple, que está caindo cada vez menos, basicamente por causa da nossa força no ponto de venda. Eles também podem pressionar intermediários, como lojas e operadores. Não pensamos muito sobre isso, então não percebemos. distraído com o que os outros podem fazer. Estamos concentrados no nosso plano.

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