“Há jovens cuja dignidade está comprometida”, diz secretário em seminário sobre trabalho infantil

Em alusão ao Dia Mundial de Combate ao Trabalho Infantil, instituído em 12 de junho, a cidade de Araguaína, por meio dos movimentos estratégicos do Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (AEPETI), organizou o seminário “O trabalho infantil duro que ninguém vê”, na manhã desta quarta-feira, 12, no auditório da Universidade Federal do Tocantins Norte (UFNT).

A ocasião faz parte de uma cruzada que visa mobilizar, conscientizar e visibilizar a importância do respeito aos direitos dos jovens e adolescentes. Na abertura do seminário, a secretária de Assistência Social, Trabalho e Habitação de Araguaína, Suzana Salazar, discursou. o desejo de que a sociedade se conscientize e contribua para o combate ao trabalho infantil por meio de processos judiciais e que outros casos de desrespeito ao ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente) estejam possivelmente mais próximos do que se imagina.

“Vamos unir forças, vamos ter que eliminar o trabalho infantil. Há jovens que sofrem e cuja dignidade está comprometida e o que separa a nossa vida da deles é um muro”, frisou Suzana.

A primeira-dama de Araguaína, Ana Paula Rodrigues, mãe de três filhos e psicóloga, reforçou o dever dos pais com a escolarização e a garantia do bem-estar exigido pelas etapas dos anos de formação e adolescência.

“Mães e pais querem ter um olhar mais empático e não ver a criança como um miniadulto, porque não é o caso. Nossas crianças e adolescentes querem cuidar de sua progressão e aprendizado, garantindo um futuro maior e garantindo que suas capacidades físicas, sociais e mentais sejam plenamente desenvolvidas”, disse a primeira-dama.

O Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente (CMDCA) atua em aliança com o Conselho Tutelar e demais órgãos e secretarias municipais, orientado pelo ECA e favorecendo o cuidado protegido, cenário em que os trabalhadores devem se comportar para poder dialogar. E preste atenção corretamente.

“Em ocasiões como essa, deveria ser facilitado para a prefeitura ouvir as demandas da nossa sociedade e dar conselhos ao poder público estabelecido, desgastando assim movimentos que respondem a qualquer ocasião, como jovens e adolescentes”, explicou o presidente do CMDCA, Manoel de Assis.

As palestras do seminário giraram em torno dos temas “Os conceitos e mitos do trabalho infantil e a importância do trabalho em rede”, ministrado pelo Dr. S. Ana Cristina Serafim, e “O trabalho infantil no Tocantins e o trauma psíquico que acarreta”, moderado pelo dr. Marília Borges de Lima.

A professora Ana Cristina explicou que existem vários mitos que são normalizados na sociedade porque dizem que a pintura ajuda a formar caráter e ajuda a manter os jovens longe da marginalização.

“Alguns dos mitos que ouvimos incluem: ‘É melhor para os jovens pintar do que roubar’, ‘É melhor para eles ajudarem suas famílias’. É muito importante desmistificar esses termos, já que a pintura não é educativa para crianças e adolescentes. “Pode até dificultar a formação, colocando esses sujeitos em um cenário de riscos ergonômicos, químicos, biológicos e físicos, comprometendo o funcionamento escolar e fazendo com que sejam desvalorizados a longo prazo no mercado de trabalho”, disse Ana Cristina.

Em 2023, Araguaína registrou 28 casos de trabalhadores infantojuvenis. Quando você presencia uma situação de trabalho infantil, a empresa tem outros canais para denunciar. O jeito é discar 100, número pertencente ao Ministério dos Direitos Humanos e Cidadania, que também funciona no WhatsApp e no Telegram.

Outros órgãos também obtêm a denúncia por telefone ou pessoalmente, como o Ministério Público do Trabalho (MPT), o Conselho Tutelar, a Diretoria Regional do Trabalho, a Secretaria de Assistência Social ou o requerimento do MPT Pardal.

“Ultimamente tem havido relatos de trabalho infantil em empresas da cidade, mas esses jovens e adolescentes são incentivados por suas famílias. Por isso, é muito importante que a população entre em contato com os órgãos competentes. A denúncia é sigilosa e pode ser anônima, “basta contar a história do trabalho infantil e contar a posição onde ele é realizado. Depois abrimos um inquérito civil para investigar”, disse a advogada trabalhista Luciana Correia.

Foto por: Secom Araguaína

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