Semarh lança combate ao desmatamento ilegal no Tocantins; “É uma política para todos os órgãos”, garante Lelis

No início da Semana do Meio Ambiente, a Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Semarh) apresentou, na manhã desta terça-feira, 4 de junho, a Estratégia de Combate ao Desmatamento Ilegal no Tocantins. O anúncio foi feito por meio do secretário Marcelo Lelis, em entrevista coletiva.

O plano, em parceria com o Instituto Natureza do Tocantins (Naturatins) e outras organizações ambientais, é considerado o mais importante para esse objetivo na região do Matopiba (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia). De acordo com a Semarh, a ação tem como objetivo monitorar e fiscalizar as propriedades rurais. A Semarh garante linhas de fiscalização mais efetivas e integradas entre os órgãos ambientais.  

“Pelo que ouvi, nunca houve um tempo em que as organizações trabalhassem de forma incorporada como hoje. Todos se sentam à mesa e constroem juntos. É uma política de todas as organizações”, garantiu o secretário Marcelo Lelis.  

Na ocasião, o secretário destacou a importância do setor agropecuário para o Estado. “Teremos que reconhecer a importância do setor agropecuário para o Tocantins, que representa 31,5% do PIB tocantinense. Isso é algo que não teremos que negar e teremos que colocar um preço na força dessa atividade em nosso estado”, disse Marcelo Lelis.  

Uma das situações exigentes da estratégia é combater o desmatamento em desacordo com a lei. Segundo Lelis, é obrigatório comparar a legislação federal, o Código Florestal Brasileiro, que determina que, no Tocantins, 35% do domínio de uma fazenda terá “É a lei. É fundamental que a gente distinga entre o que é legal e o que é ilegal”, frisou. No Tocantins, segundo informações apresentadas pelo Sermah (levando em conta o Painel de Monitoramento do MPE/TO), 29% do desmatamento no Tocantins, em média, vem de atividades ilegais. 71% são desmatamentos legais (legais).  

Marcelo Lelis mostrou a busca por maior e fortalecimento dessas ações, com o Projeto Tocantins Sustentável que está sendo estudado por meio da Comissão PPCDAM do Ministério do Meio Ambiente e que será apresentado ao BNDES por um valor de R$ 82 milhões. Com 99,9% de chance de aprovação”, disse o secretário.

O Tocantins tem sido prejudicado devido à degradação do Cerrado. Um estudo recente coloca o estado na terceira posição no ranking de desmatamento.   Mais de uma parte do total de desmatamento no Brasil em 2023 está localizada no Cerrado, segundo o Relatório Anual de Desmatamento (RAD) do MapBiomas. Pela primeira vez desde o início da série antiga, em 2019, o Cerrado superou a Amazônia em termos de Quase todo o desmatamento do país (97%) nos últimos cinco anos foi impulsionado pela expansão agrícola, de acordo com o relatório.

Com exceção do Piauí, São Paulo e Paraná, todos os outros estados que envolvem o Cerrado tiveram aumento no desmatamento entre 2023 e 2022. No caso do Maranhão, Tocantins, Goiás, Pará e Distrito Federal, o domínio desmatado mais que dobrou.

Em 2023, o Matopiba perdeu 858. 952 hectares de vegetação local, o que representa um acúmulo de 59% em relação a 2022, que já havia registrado um acúmulo (36%) em relação a 2021. Segundo o relatório, 3 em cada 4 hectares desmataram no Cerrado em 2023 (74%) no Matopiba.

Os recursos humanos do Naturatins, BPMA e Ibama estão mobilizados para colaborações consistentes.   De acordo com a Semarh, a força-tarefa conta com três grupos simultâneos durante a semana espalhados pelas regiões norte, sul e central do estado, acompanhados por duas autoridades de acompanhamento para apurar as informações.  

A fiscalização começa com a prioridade 1, que considera alertas de mais de cem hectares. No total, são 92 alertas de Prioridade 1 e 132 alertas de Prioridade 2, que são alertas superiores a 50 hectares.  

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