Ayahuasca, kambô e fumo: festas indígenas atraem visitantes e comunidades no Acre

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Os eventos de etnoturismo, que são realizados mensalmente por ano em aldeias de nove municípios do estado, atraem milhares de pessoas de outros países.

Os brasileiros também participam, mas chegam por meio de agentes que vendem pacotes fechados de reportagens com ayahuasca e outros medicamentos clássicos. Entre os municípios que sediarão as ocasiões estão Porto Walter, Assis Brasil, Marechal Thaumaturgo, Feijó, Tarauacá, Mâncio Lima, Cruzeiro do Sul, Jordão e Santa Rosa do Purús.  

Cameli diz que estão sendo feitos investimentos em obras de acessibilidade e infraestrutura aérea e viária na capital e no interior, no entanto, não indicou o volume de recursos utilizados.

“Outros designers, como os da Fazenda e Oskar Metsavaht, fundador e diretor artístico da Osklen, já visitaram as aldeias do Acre e divulgaram”, diz o governador. E nas cidades do interior também há muitos relatos de celebridades visitando aldeias, mas em visitas secretas para não atrair a atenção da mídia.  

“Espera-se que em breve todas as ocasiões indígenas sejam incluídas no calendário oficial de festas no Acre”, diz o secretário. Nos próximos meses de julho e agosto, serão realizadas 10 festas indígenas, com a participação do governo estadual.

A primeira edição da Conferência Indígena Ayahuasca aconteceu em 2017 e pareceu uma forma de reação a outra conferência: a Conferência Aya, organizada por meio do Iceers (Centro Internacional de Ensino, Pesquisa e Serviço em Etnobotânica), que aconteceu em 2016 em Rio Branco, reunindo o melhor da ciência psicodélica na capital acreana. Os índios foram convidados, mas procuraram auxiliar os atores no encontro.

“Isso me deu clareza e uma reflexão na minha vida. “Ele sustenta que essas são verdadeiras tradições cujas raízes religiosas estão enraizadas na sabedoria de mestres e xamãs. “A medicina florestal deve ser valorizada porque é um patrimônio espiritual. “Da humanidade”.  

Questionado sobre o caso, o governador do Acre disse ser favorável ao processo. “A ayahuasca é um patrimônio imaterial do povo brasileiro. “No entanto, ele defende a inclusão do conhecimento clássico. “Trata-se de comunicar sobre o patrimônio dessa medicina florestal sem agregar povos indígenas”, conclui Cameli.  

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