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28/06/2024 02:00, atualizado em 28/06/2024 10:09
O domínio herbáceo da água no Cerrado registrou 696 mil hectares em 2023, 53% a menos do que o observado em 1985. Os dados, publicados na 3ª coleção do MapBiomas Água por meio do Ipam (Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia), evidenciam uma crise que se agrava a cada ano.
Atualmente, o bioma tem 1,6 milhão de hectares cobertos por água – o maior preço registrado nos últimos 39 anos -, apenas 37% estão em áreas herbáceas, enquanto 51% são destinados a usinas hidrelétricas.
Em nível nacional, o domínio hídrico total em 2023 será de 18,3 milhões de hectares, um mínimo de 2,6% em relação ao ano passado.
Essa queda contínua vem sendo observada desde os anos 2000, com o mês de 2023 registrando espaços hídricos abaixo dos de 2022 e nove meses abaixo de suas médias antigas.
Dhemerson Conciani, pesquisador do Ipam que trabalhou na elaboração dos dados, destaca o papel central do Cerrado para a agricultura brasileira e a geração de força, levando ao acúmulo de 390 mil hectares (89%) no domínio hídrico destinado à água. reservatórios. nos últimos 38 anos.
“Esse acúmulo afeta a ecologia dos ecossistemas aquáticos”, diz Conciani.
A perda da superfície herbácea é exclusiva do Cerrado. No Brasil, mais de 6 milhões de hectares de água desapareceram em rios, lagos e trilhas, uma queda de 30% desde 1985.
A bacia do Rio Paraguai, importante para o Pantanal, perdeu 565 mil hectares de sua superfície média de água, ou cerca de 55% de sua extensão total.
“O pronunciado relevo do espelho d’água da Bacia do Paraguai é resultado de um conjunto complexo de fatores, aos quais se somam o desmatamento, o uso desordenado dos recursos hídricos, as mudanças climáticas, a erosão, a sedimentação e o crescimento urbano”, alerta Joaquim Pereira, pesquisador do Ipam.
Destaca a necessidade de integração que inclua a conservação e recuperação da vegetação local, práticas agrícolas sustentáveis e maior controle dos recursos hídricos.
Outras cinco regiões hidrográficas brasileiras também registraram perdas significativas em 2023, totalizando 625 mil hectares secos, ou 1,08 vezes a de Brasília.
O Pantanal, conhecido por suas vastas áreas alagadas, viu sua superfície de água reduzida para 381 mil hectares em 2023, 61% a menos do que a média antiga.
A região, que em 2001 tinha mais de um milhão de hectares de superfície de água, enfrenta agora uma interrupção do ciclo do herbário, com inundações ocorrendo dois meses por ano, o que favorece incêndios e afeta a flora e a fauna locais.
Na Amazônia, o cenário não é menos grave. Com 62% do domínio hídrico do Brasil, a seca severa de 2023 reduziu a dominância hídrica em 5,2% até 2022, resultando na perda de 3,3 milhões de hectares.
Além disso, a maior parte da água para mineração também está concentrada na Amazônia, com cerca de 6. 000 hectares de água retidos pelo setor.
O relatório de 2023 revelou que 10 estados brasileiros registraram uma superfície de água abaixo de suas médias antigas. Mato Grosso e Mato Grosso do Sul foram os mais afetados, com perdas de 274 mil e 263 mil hectares, respectivamente.
Por outro lado, Goiás e Minas Gerais registraram aumentos significativos, basicamente devido aos reservatórios das hidrelétricas. Entre os municípios, Corumbá, no Mato Grosso do Sul, foi o mais afetado, desperdiçando 261 mil hectares de água, 53% a menos do que o esperado.
Nos últimos 40 anos, a cidade também sofreu com incêndios, que perderam cerca de 3,6 milhões de hectares.
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