Especialistas desconfiam do efeito na arrecadação do Rio Grande do Sul

Diferenças nas projeções de ICMS e históricos de arrecadação, medidas como prazos de pagamento mais longos e a política inerente às negociações entre governos têm deixado especialistas em finanças públicas cautelosos sobre o efeito da tragédia climática nas receitas do principal imposto do governo.

Nos círculos políticos, a avaliação atual é que, nas negociações com a União, a conversa sobre uma queda significativa nas receitas ajuda o governo e os municípios a argumentarem que querem mais recursos monetários. Mas, por outro lado, também é um obstáculo. Porque interfere no ponto de confiança na adequação das contas e na realização dos objectivos orçamentais, mesmo no caso da flexibilidade.

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Há um entendimento unânime, e já comprovado, do impacto nos números. Mas a escala e o alcance do impacto ainda são desconhecidos, e economistas e especialistas em tributação insistem que é imperativo praticar o que ocorrerá nos próximos meses.

Nesta semana, por exemplo, está prevista uma atualização dos dados de abril e maio, já que está em vigor uma resolução do Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz), que autoriza a diretoria tributária estadual a prorrogar os prazos de pagamento das guias de ICMS. , o prazo para prazos entre 24 de abril e 31 de maio é 28 de junho, última sexta-feira. Para os prazos de junho, o prazo vai até 31 de julho. E os prazos de julho foram adiados para 30 de agosto. Os pagamentos podem ser feitos sem juros ou multas.

Controlador fiscal de carreira, ele comandou o Ministério da Fazenda no final do governo de José Ivo Sartori (MDB), após ter sido subsecretário nos primeiros 3 anos, e garante que “em hipótese alguma” poderá ser incorrido um prejuízo de R$ 20 bilhões na arrecadação do ICMS, conforme orientação dos setores do governo estadual por um período de 12 meses. A Bins também considera estimativas máximas de perda de 10 bilhões de reais na arrecadação de impostos até o fim do ano.

“Podemos, mais ou menos falando, que a arrecadação média do ICMS seja de cerca de quatro bilhões de reais por mês. Portanto, desperdiçar 10 bilhões de reais equivale a passar dois meses e meio sem arrecadar nada. É como se, até dezembro, fôssemos registrar uma perda entre 20% e 25% do faturamento do ano. Não é razoável”, disse. Segundo avaliação da consultoria, por enquanto é muito mais viável pintar com a opção de uma queda de cinco bilhões de reais em 2024.

O economista Gustavo de Moraes, professor de economia da PUCRS, alerta que, em relação à prorrogação dos prazos de pagamento do imposto, é imaginável que alguns contribuintes acabem não pagando suas contas mesmo com a prorrogação, o que só pode ser deduzido a partir desta segunda-feira, mas ele concorda que o valor máximo possível para uma queda na arrecadação do ICMS é de pouco menos de cinco bilhões de reais.

“Os números divulgados pelo Tesouro implicam uma diferença de aproximadamente 700 milhões de reais entre o que o governo planejava arrecadar em maio e o que teria arrecadado. O fato é que, mesmo que a estimativa se confirme, naturalmente não continuará nessa intensidade porque, apesar do choque significativo, o mês de maio foi o ápice do desastre. Embora o RS tenha mantido um estado lento de sua economia nos próximos meses, é de se esperar que haja uma queda estável nessa intensidade até o final do ano”, acrescenta.

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