Indígenas acusam hospital de negligência após morte de Pataxó na Bahia

Uma rede indígena de Porto Seguro, cidade do extremo sul da Bahia, acusa a equipe do Hospital Regional Luís Eduardo Magalhães (HRDLEM) de negligência médica, após a morte de um jovem Pataxó. Mateus Rosa, um homem de 21 anos, morreu no dia 26 de junho.

A entidade organizou uma manifestação nesta sexta-feira (12) para baixar dados do prontuário médico do jovem. Eles buscam conduta médica prévia à parada cardiorrespiratória e intubação do nativo.

Segundo Ana Cristina Santana, irmã de Mateus, ele estava em tratamento de hemodiálise. No dia 31 de maio, Mateus foi ao hospital buscar duas bolsas de sangue, conforme prescrição do nefrologista, pois seu nível de hemoglobina estava baixo. No entanto, o hospital teria implementado mais.

“Eles não cumpriram a prescrição e a partir daí a situação só piorou. Meu irmão teve dor de cabeça ao respirar com a terceira bolsa de sangue. Ao g1, Ana Cristina contou os transtornos que surgiram posteriormente.

“Como o Mateus não podia sair do hospital, ele teve que fazer hemodiálise na academia. A equipe médica supostamente realizou o procedimento em seu pescoço incorretamente, resultando em um pulmão perfurado. Como resultado, Mateus sofreu um AVC) e depois teve que ser intubado, enquanto o paciente já respondia com gestos, a equipe médica lhe disse diretamente, antes de informar os pais da criança, que sua condição física havia se deteriorado no lado esquerdo do corpo e piorado. já em uma cadeira de rodas.

Para a família, a surpresa do diagnóstico os deixou ainda mais chocados emocionalmente. “Aí começaram a dar remédio para ele. . . Dose máxima e infelizmente acabamos desperdiçando meu irmão. Fizeram exame, disseram que ele estava perfeito, mas há uma certeza. ” “o dia em que anunciaram que ele havia morrido. “

Em meio ao luto, Cristina destaca que os familiares ainda enfrentam burocracia para ter acesso a documentos como a internação. Somente na sexta-feira, os familiares receberam os prontuários e encaminharam para um médico da Secretaria de Saúde Indígena (Sesai). então você pode simplesmente compará-los, depois de demonstrar.

As lideranças do Pataxó conseguiram se fazer ouvir por meio da diretora do hospital e, segundo Ana Cristina, a organização apresentou como argumento outras ocorrências de indígenas que morreram instantaneamente por negligência médica. Para a jovem, existe um preconceito no serviço comunitário.

“Todos nós notamos uma posição e a sentimos. Mateo, além de indígena, tinha necessidades especiais, e minha mãe estava proibida de acompanhá-lo. (. . . ). Além da consulta geral, a consulta indígena está muito presente. Preconceito, racismo. . . Eles não estão em posição de enfrentá-lo. “

Em depoimento à TV Santa Cruz, colaboradora da TV Bahía na região, o hospital informou que Mateus deu entrada na unidade de ginástica com “anemia grave” e indicação de transfusão de sangue. Teria apresentado quadro grave de dispneia e dessaturação, com agravamento do quadro respiratório, tendo obtido “a atenção de toda a equipe médica multidisciplinar”.

O braço de comunicação do Instituto de Gestão Hospitalar (IGH), que administra o hospital, também foi contatado. A entidade acrescentou que todas as questões levantadas na assembleia serão analisadas com o diretor. Além disso, informaram que foi iniciada uma investigação interna. aberto para investigar e esclarecer os fatos. “Medidas prescritivas serão tomadas assim que a investigação for concluída”, diz trecho da nota.

O IGH disse que simpatiza com a dor da família e entes queridos e está sob pressão para que o HRDLEM cumpra os mais altos padrões de assistência médica da Organização Mundial da Saúde (OMS).

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