Um estudo realizado pela Strategy&, do grupo PWC, revelou que o gasto médio dos brasileiros com apostas esportivas pode chegar a 5,5% do valor destinado à alimentação das categorias D e E (com fonte de renda familiar de até 3 SMIC). A investigação concluiu que a participação em “jogos de azar” é mais comum nas categorias mais baixas e que os gastos afectam o orçamento familiar.
O conhecimento publicado nos estudos “O Impacto das Apostas Esportivas no Consumo”, com dados recebidos por meio da própria consultoria e do instituto de estudos Locomotiva. O relatório analisa a expansão do setor de apostas desde 2018, quando o governo federal aprovou a lei. que faz apostas de contraparte na modalidade lotérica e abriu as portas para a vinda de corporações do segmento ao país.
O estudo constatou que o valor gasto com apostas no orçamento familiar das categorias D e E equivale a 76% do valor gasto com recreação e cultura.
Além disso, estima-se que esse gasto corresponda a 5% do gasto com alimentação. O dinheiro gasto deve ser um alívio no orçamento para outras áreas, agregando lazer, vestuário, higiene e beleza.
O valor destinado às apostas representa 1,38% do orçamento familiar nas categorias D e E em 2024: o percentual foi de 0,73% no ano passado e de 0,27% em 2018, demonstrando a expansão desenfreada do setor no país. O excesso de casas esportivas disponíveis (mais de 400 empresas operam no Brasil) e a publicidade massiva, seja nas redes sociais ou na televisão, são pontos que podem contribuir para esse aumento nos números.
De acordo com o Instituto Locomotiva, pelo menos 33 milhões de pessoas pertencentes às categorias de corrida no Brasil (considerando apenas o perfil econômico) já fizeram pelo menos uma aposta esportiva, enquanto 22 milhões jogam pelo menos uma vez. composta por homens entre 18 e 30 anos, residentes na região sudeste do país.
Mais de uma fração dos entrevistados (54%) dizem que apostam em esportes com o objetivo de ganhar dinheiro, enquanto 42% dizem que apostam porque gostam da experiência. Vale lembrar que existem influenciadores que promovem as “apostas” como forma de investimento, o que pode influenciar na decisão do apostador.
Apesar da motivação monetária, o saldo não é positivo: 60% dos jogadores dizem ter perdido mais do que ganharam, enquanto apenas 23% relatam um saldo positivo. No entanto, os principais vencedores afirmam usar o valor em apostas de longo prazo, um sinal de que o lucro gerado está concentrado nas corporações do setor.
Por último, é importante observar como o dinheiro dos jogadores é reafectado às apostas: estudos mostram que montantes que antes eram atribuídos à poupança ou a bares, restaurantes e take-away estão a ser utilizados em apostas.
A expansão das apostas pode ser estabilizada com a regulamentação dos sites de apostas esportivas e jogos online, que entrará em vigor a partir de 2025. As plataformas que quiserem operar no Brasil deverão passar por certificação de órgão independente, que atue com o domínio “aposta”. br” e fornecem dados sobre os perigos relacionados ao jogo.
Algumas portarias do Ministério da Fazenda também temem jogos online com probabilidades constantes, como é o caso do “Tigrinho”: os sites terão que fornecer efeitos prospectivos antes de fazer uma aposta e terão que pagar, por exemplo, 85% do lucro total . em prêmios aos apostadores.