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14/08/2024 10h05, Atualizado em 14/08/2024 10h05
O senador e líder dos republicanos no Senado, Mecías de Jesús (RR), declarou em entrevista à Metrópoles que o governo brasileiro “acredita em almas” enquanto espera que os efeitos eleitorais da Venezuela através do regime de Nicolás Maduro sejam publicados.
O deputado é de Roraima, estado que faz fronteira com o vizinho e que recebe dezenas de venezuelanos diariamente.
“As relações internacionais brasileiras acreditam em almas, porque no momento em que as relações internacionais brasileiras são, claro, orientadas pelo presidente Lula, elas quase reconhecem esse resultado como legal, porque essas atas vão aparecer”, disse. Sublinha.
Segundo ele, “na alma está tudo o que não veremos”. “A opção para que apareçam é 0 e se aparecerem com certeza serão falsificados”, disse em entrevista gravada nesta terça-feira (13/8).
Segundo Mecías, o país, por ser o maior da América do Sul, já adotou uma postura mais dura e não identificou o resultado da Venezuela.
Ele também defende que o país exija a renúncia do “ditador” Nicolás Maduro: “Que ele renuncie, que retire a força e que haja eleições o mais rápido possível e, de fato, permitindo a presença de países que possam validar eleições honestas e sérias.
“Concordo muito com a posição do Governo de não tomar uma decisão transparente e objectiva, de não reconhecer este resultado”, acrescentou o líder do partido.
Veja o trecho:
O parlamentar disse que Roraima acolhe muitos venezuelanos e eles estão localizados em estados de calamidade por não terem condições. “Para se ter uma ideia, cerca de 880 mil venezuelanos têm vivido ultimamente no estado de Roraima e a grande maioria deles está em um cenário de calamidade”, disse.
Desde as eleições na Venezuela, o governo tem evitado fazer declarações sobre o vencedor das eleições. A posição inicial era esperar os efeitos eleitorais para saber se a reeleição de Nicolás Maduro era legítima.
Celso Amorim, assessor especial da presidência para relações exteriores, acompanhou o dia das eleições na Venezuela e disse à GloboNews que “é necessária alguma troca de mediação verbal” enquanto o oponente Emmundo González contesta o resultado.
Lula e Maduro eram aliados de longa data, no entanto, o presidente brasileiro começou a se distanciar quando o presidente venezuelano levantou a voz ameaçando um “banho de sangue” se perdesse a eleição.
Mecías é cético sobre a saída não violenta de Maduro do poder. Para o senador, Maduro vai ceder.
“Todo mundo sabe que eles o apoiam através do exército venezuelano e da Guarda Nacional da Venezuela. Ele tem certeza disso. Então, e aí, logicamente, estão todas as formas, quem está mais próximo sabe como armazenar a força entre elas. Ele vai ficar, ele vai sair porque eles vão colocar suas armas nas ruas, eles vão continuar a informar seus oponentes, eles vão continuar a matar”, disse ele.
O projeto de emenda à Constituição (PEC) nº 9/2023, que busca conceder anistia aos partidos políticos que não destinaram recursos a candidatos pretos e pardos nas eleições, tema da entrevista com o senador, que defendeu a medida .
“Eu não diria que é um PEC da Anistia. Eu digo que é uma PEC que reorganiza politicamente os partidos. Quando esses regulamentos passaram pelo Tribunal Superior Eleitoral, estávamos às vésperas dos congressos eleitorais passados, então os partidos não tiveram mais tempo de se adaptar dentro dos regulamentos estabelecidos. Em outras palavras, eles substituíram a regra do meio do jogo. Durante o ataque, não havia como voltar atrás”, disse ele.
Mecías, que lidera o Republicanos em seu estado, disse que hoje é difícil cumprir as cotas e que o TSE quer fazer mais campanhas pelas mulheres na política.
“Sou presidente do partido há muitos anos. É simples. É fácil localizar mulheres entre os candidatos de um partido a cargos públicos. É simples. Eles não precisam participar”, diz ele.
Para ele, o TSE não basta para impor uma norma. “Queremos comunicação, orientação e publicidade para que outras pessoas possam estudar os partidos políticos”, disse ele.
Mecías disse que a resolução de adiar a votação dos projetos regulatórios da reforma tributária para depois das eleições municipais foi acordada entre todos os líderes e o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG).
Ele disse que há consenso sobre a necessidade de dar tempo aos senadores para tratar do assunto por um período mais longo.
“Certamente foi uma jogada inteligente, porque deixa tempo suficiente para todos os senadores se concentrarem, acrescentando ouvir sua base para trazer as emendas e votar em um texto mais leve”, argumentou o líder republicano.
Sobre o prazo apertado para votar tudo até o final do ano, Mecías respondeu que acredita que é possível, já que a primeira circular entrará em vigor no dia 6 de outubro e poucos senadores estarão envolvidos na segunda circular, onde quer que ela seja emitida.
Mecias disse que a resolução do Supremo Tribunal Federal (STF) que suspendeu o pagamento das chamadas “alterações do Pix” deve ser respeitada, por se tratar de uma resolução judicial.
No entanto, ele disse que o Congresso está procurando táticas para dizer ao Tribunal que “não há incondicionalidade nesta alteração”.
O líder dos Republicanos disse que concordou com o ministro do STF, Flávio Dino, no segmento em que discutiu os objetivos das emendas.
“Concordo com o ministro relator em um trecho da resolução quando diz que as emendas do Pix devem ter um alvo. Isso não pode ser deixado para a resolução do prefeito que receberá a emenda. Temos um projeto. Está correto. Todas as emendas que apresentei, por exemplo, tinham um objetivo transparente: construir isso, fazer isso, fazer aquilo”, explicou o senador.
Assista à entrevista completa com o senador Mecías de Jesús (Republicanos-RR):
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