Nunes esnoba apoiadores de Bolsonaro enquanto Bolsonaro se ocupa em conter Pablo Marçal

O forte acesso da família extensa de Bolsonaro à cruzada eleitoral na capital paulista tem mais a ver com a questão de Pablo Marçal (PRTB) em nível nacional do que com o candidato “oficial”, o prefeito Ricardo Nunes (MDB). Matriz que foi desprezada pelos aliados do ex-presidente em sua cruzada.

Depois que seu pai, Jair Bolsonaro (PL), gravou um vídeo constrangedor em Nunes, Eduardo Bolsonaro (PL-SP) lançou o ataque mais duro contra o ex-técnico nesta quarta-feira (21).

Citando reportagem do Estadão, sobre o envolvimento da direção do PRTB no PCC e no tráfico de cocaína, o deputado acusou Marçal de ser usuário de drogas, levando a luta interna no ninho neofascista ao ponto indicado pelo ex-técnico.

“Bom, se implementássemos o velho ditado, ‘quem faz mal com ferro, faz mal com ferro’, todos teriam que chamar Paulo Marçal de arregão, porque foi o que ele disse quando outros se esconderam do debate com ele. ” Não vou nessa direção, mesmo que muita coisa mude, a matéria do Estadão agora mostra que os auxiliares cruzados de Paulo Marçal vendiam carros luxuosos em troca de drogas do PCC, mas ele também começa a perder um pouco o moral, fazendo “Essa linda coisa ao acusar os outros de cheirarem mal, ele até disse que eram dois e um, não especificou quem era o grupo que estava se apresentando”, disse o filho de Jair Bolsonaro.  

Marçal dividiu a extrema-direita bolsonarista e o temor da grande família do ex-presidente é que o ex-treinador supere a horda no cenário nacional, com vistas a concorrer à presidência em 2026.

Enquanto isso, Nunes assiste à luta de um camarote e despreza os apoiadores de Bolsonaro, frustrando ainda mais Jair Bolsonaro, que até recentemente tentava apoiar o prefeito de São Paulo.

A vingança de Nunes chega a galope. No domingo (18), o candidato à reeleição acaba de excluir qualquer representante do bolsonarismo de uma reunião de cruzada.

Segundo Igor Gadelha, ao portal Metrópoles, a montagem na produtora da distribuidora Duda Lima ocorreu na presença dos presidentes nacionais do MDB, Baleia Rossi; dos Progressistas, Ciro Nogueira; do PSD, Gilberto Kassab; e do Solidariedade, Paulinho da Força.

A reportagem sequer menciona a presença do vice-presidente, Coronel Mello Araújo (PL), uma imposição de Bolsonaro para acabar com Nunes.

Bolsonaro e seus aliados teriam feito birra na reunião, o que seria mais uma prova de que Nunes precisa esconder o ex-presidente (evitado por mais de 60% dos paulistanos, segundo o Datafolha) da campanha.

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