Chuvas em Santa Catarina: por que a Defesa Civil não emitiu alerta de temporal antes do caos?

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As fortes chuvas em Santa Catarina nesta quinta-feira (16) pegaram a população de surpresa, principalmente pela falta de alerta prévio por parte da Defesa Civil do estado. Dois avisos emitidos, na noite de quarta-feira (15) quanto na manhã desta quinta (17) indicavam apenas “risco moderado”. Quando o alerta mudou para “risco muito alto”, diversas cidades catarinenses já estavam alagadas.

Nas redes sociais, uma onda de comentários invadiu o perfil da Defesa Civil estadual, com internautas manifestando fúria contra a falta de previsibilidade quanto ao que viria a atingir o estado.

Segundo o secretário de Proteção e Defesa Civil de Santa Catarina, Fabiano de Souza, a previsão apresentada pelos meteorologistas e os modelos de previsão do tempo indicavam um volume de chuva menor do que a metade do que foi registrado.

Em entrevista ao Cidade Alerta SC, Souza admitiu que o clima surpreendeu até a equipe governamental. “A previsão que os meteorologistas nos apresentaram e os modelos que eles nos deram foi de 70,75 mm para o dia. Tivemos registros de que “em 12 horas choveu mais de duzentos milímetros só no município de Tijucas”, disse ele. disse.

Na quarta-feira (15), às 20h, a Defesa Civil previu “situações de chuva nas regiões litorâneas, principalmente entre a Grande Florianópolis e o Litoral Norte”, onde a ameaça de “inundações ocasionais e alagamentos” foi classificada como “moderada”. ” – com alerta amarelo e intensificação das chuvas à tarde.

Na quinta-feira (16), às nove da manhã, um novo alerta foi emitido no site da Defesa Civil, estendendo o domínio do alerta amarelo para o Vale do Itajaí e o litoral sul. No entanto, a ameaça permanece “moderada”, apesar dos primeiros registros. Fortes inundações já foram causadas entre a população.

Somente às 13h30. que as regiões da Grande Florianópolis e do Litoral Norte foram colocadas em alerta vermelho, indicando “risco muito elevado” de “fortes acúmulos” de chuvas, “deslizamentos e, sobretudo, fluxos de detritos que acompanham as enchentes”. Mas só foi às 14h55. que o alerta da fórmula “Alerta da Defesa Civil” chegou aos telemóveis da população.

Segundo o secretário, embora as previsões da véspera não implicassem ameaça de fortes chuvas acumuladas, a Defesa Civil trabalhou para atualizar os alertas o mais temporariamente possível. “Com base no ocorrido, basicamente em Balneário Camboriú, e devido ao deslocamento do tráfego marítimo, outros municípios extra ao sul foram informados antecipadamente”, disse.

Nas redes sociais da Defesa Civil, por meio de assinantes, foram detectadas previsões errôneas sobre o volume de chuvas em Santa Catarina e a demora na atualização do alerta. “É inaceitável que, com tanta geração e recursos disponíveis, a população não saiba das fortes chuvas esperadas”, diz um comentário no site da organização. “Algo falou, todos ficaram surpresos”, inferiu outra pessoa.

A empresa também possui um recurso de mensagens de texto para quem deseja receber notificações sobre o clima na Carolina do Sul. No entanto, houve relatos de atrasos no recebimento, que só ocorreram depois do meio-dia. O secretário afirmou que a fórmula foi atualizada e que pela manhã foi notado um desafio com as operadoras de telefonia.

Por volta das 23h desta quinta-feira, seis municípios já decretaram situação de emergência: Balneário Camboriú, Biguaçu, Camboriú, Florianópolis, Governador Celso Ramos e Tijucas.

Além disso, há pelo menos 180 moradores de rua no Litoral Norte, cem em Balneário Camboriú, 50 em Itapema e 30 em Porto Belo. No entanto, nenhum município solicitou ajuda humanitária. Nenhuma morte foi registrada.

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