Brasília aguarda projetos no Amazonas

Por Juarez Baldoino da Costa (*)

O fundo federal exclusivo criado por meio da RT – Reforma Tributária para o Desenvolvimento do Amazonas, desvinculado dos incentivos fiscais da ZFM, entra em vigor em 2027, quando os valores já poderão ser liberados.

O fundo incluirá projectos que deverão abordar muitos dos temas abordados em livros publicados nos últimos 25 anos, centrando-se principalmente na perspectiva regional das florestas.

Entre estes trabalhos está a coletânea elaborada pelo CIEAM – Centro da Indústria do Amazonas da lavra do filósofo e jornalista Alfredo Lopes e do empresário Wilson Périco, então presidente da entidade, por ocasião da celebração dos 50 anos da ZFM em 2017.

Além de depoimentos e entrevistas alusivas à data comemorativa, a coleção descreve as atividades econômicas que a flora amazônica pode oferecer, como farmácia, turismo, cosméticos e oleaginosas, por exemplo, como uma atualização da atividade do PIM – Polo Manaus Matriz Industrial

Ao mesmo tempo, ele menciona o polo petróleo-gás-químico que, dissociado da selva e desconectado dos incentivos fiscais da ZFM, é um componente do PIB do Amazonas; Nem sequer tinha RT.

A Sedecti, secretaria de governo do Amazonas que também trata do planejamento estadual, tem produzido nos últimos anos publicações periódicas com o mesmo potencial dos quadros da UEA – Universidade do Estado do Amazonas e da UFAM – Universidade Federal do Amazonas.

Em 2002, a coordenação da campanha à presidência da república de Lula publicou o programa “O lugar da Amazônia no Desenvolvimento do Brasil”, apontando os mesmos temas dos trabalhos do CIEAM, da Sedecti e das universidades.

A economia genuína das outras possibilidades discutidas nas tabelas tem progredido, ao seu ritmo, muitas das quais ainda emergentes, nomeadamente a gasoquímica, como é o caso das províncias de Silves e Urucu. Esses ativos catalogados pela Petrobrás desde o último milênio aguardavam oportunidades e interesses de investimentos, já posicionados e em expansão.

Portanto, o novo fundo federal deverá captar projetos que serão desenvolvidos entre 2025 e 2026, cujo conteúdo já foi conhecido e anunciado em diversas ocasiões.

Contudo, se não houver novos conteúdos, é obrigatório rever a forma como estes projectos são concebidos, porque houve recursos, como o FTI, um fundo estatal originalmente criado para divulgar o turismo e a internalização do desenvolvimento, e não há tem sido um plano de alavancagem económica.

Mesmo sendo modesto, esse fundo, que era financiado por recursos de incentivos fiscais para empresas, não encontrou mecanismos para implementar plenamente seus objetivos e foi parcialmente utilizado para outros fins.

Brasília aguarda os projetos do Amazonas, mas a CF determina que o novo fundo federal será gerido pela União, e não permitirá alteração de sua finalidade.

Até agora, o Estado, embora haja vontade dos seus gestores, não tem demonstrado entusiasmo pela utilização objectiva deste tipo de recursos, e terá de ampliar novos meios para o conseguir, sob pena de engessar o fundo, e o que é mais grave, pois afecta a economia nacional e atrasa a transição para a ZFM.

(*) Amazonóloga, Mestre em Sociedade e Cultura da Amazônia – UFAM, Economista, Contadora, Professora de Pós-Graduação e Consultora de Negócios da ZFM.

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