O ACRE é um dos roteiros mais cobiçados da Amazônia quando se trata de observação de pássaros e a vida selvagem está movendo os setores de turismo.
Tovacuçu-xodó (Grallaria eludens) foi registrado em fotografia pela primeira vez na história. Foto: Ricardo Plácido/Sema
“Face dorsal marrom, aspecto ventral branco com estrias pretas do peito à crista”, essas são as características da ave rara chamada “fantasma da Amazônia”, a Tovacuça-Xodó (Gralaria Eludens), que foi registrada através de fotografias pela primeira vez na história do Acre.
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O feito inédito foi alcançado pelo biólogo e especialista em aves da Secretaria de Estado do Meio Ambiente (Sema), Ricardo Plácido, no dia 9 de janeiro no habitat das aves, o Parque Nacional Chandless, unidade de conservação controlada por meio da Sema, localizada entre os municípios. passando por Manoel Urbano, Sena Madureira e Santa Rosa do Purus.
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Até então, não há nenhum símbolo do misterioso pássaro, uma das espécies menos conhecidas do mundo, fato que tem atraído pesquisadores e biólogos de todo o mundo, em expedições guiadas do Chandless Park, curiosos para conhecer o majestoso canto do pássaro fantasmagórico.
Com o registro, Ricardo Plácido se tornou o primeiro a fotografar o tovacuçu-xodó e a disponibilizar o registro no site Wiki Aves – A Enciclopédia das Aves do Brasil. O biólogo relata como se deu a captura das primeiras imagens:
O secretário de Estado do Meio Ambiente, Leonardo Carvalho, destaca a importância dos conjuntos de conservação como ferramenta para o conhecimento e manutenção da biodiversidade: “As primeiras fotografias dessa espécie misteriosa e pouco conhecida mundialmente destacam o papel vital da SEMA na proteção da cobertura do patrimônio herbário do estado e da biodiversidade de nossas áreas protegidas e também abrindo espaço para a consolidação da observação de pássaros no Acre”.
A ave, considerada pela rede de Ornitólogos (Especialista em Aves) como um “fantasma amazônico” é uma das aves pouco conhecidas e estudadas em todo o mundo. Ele descreveu para a ciência em 1969 no leste do Peru, e os primeiros registros registrados foram feitos por volta das décadas de 1990 e 2000, também no país.
Em 2015, em Manoel Urbano, uma cidade dentro do acre, o pesquisador Fernando Godoy documentou seu estilo de vida no Brasil, mas qualquer indicação das características desse pássaro “enigmático”.
A saga pela descoberta contou com o valioso conhecimento da comunidade que reside no Chandless. Foi graças ao conhecimento dos ribeirinhos Pedro Vasquez e Cristiano Valente que foi possível gravar dois vídeos de 30 segundos e duas fotos.
Além de todo o aparelho composto por câmera, zoom óptico, binóculo e traje de selva, após 4 horas do 3º dia de busca, dois passos meticulosos e discretos permitiram que Ricardo sinalizasse o pássaro: “Não posso assinar. As fotos saíram borradas e ela estava muito escondida. Então tomamos outra estratégia, com o Vásquez indo em outra direção. Eu disse a ele: “Dá dois passos ali”, e foi aí que o tovacuçu-xodó se afastou um pouco. avançar. e consegui gravá-lo”, disse ele.
O ACRE possui um dos roteiros mais procurados da Amazônia para praticar a observação de aves, uma atividade conhecida em inglês como observação de pássaros ou observação de pássaros, um segmento de ecoturismo ligado à contemplação e fotografia de aves na natureza.
Os observadores de pássaros têm a maior organização de observadores da vida selvagem do planeta, que está se desenvolvendo em todo o mundo.
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O secretário de Estado de Turismo e Empreendedorismo do Acre, Marcelo Messias, destaca que a conquista é muito importante para a ciência, mas também para o turismo no estado, que tem espécies endêmicas, como o tovacuçu-xodó.
O Ministério do Turismo, Agência Brasileira de Promoção Internacional do Turismo (Embratur) e Polícia Federal (PF) divulgaram dados que revelam que o Acre recebeu 19,8 mil turistas internacionais, registrando um aumento de 15,4% em comparação com 2023. Somente em dezembro, 1.714 estrangeiros visitaram o Acre.
O estudo não detalha destinos nem períodos do ano, mas o ministério destacou o Parque Nacional da Serra do Divisor como um dos principais atrativos do estado.
O biólogo da SEMA, Ricardo Plácido, enfatiza que o ACRE é conhecido como um dos estados que abriga várias espécies ainda desconhecidas ou pequenas, que ainda têm linhas fotográficas no Brasil.
“A maioria dessas espécies ‘especiais’ são endêmicas, raras e de beleza exuberante. O Acre vem se destacando ao longo dos últimos anos como rota que está em evidência para o resto do Brasil e do mundo”, explicou.
O habilidoso também transmite que o ACRE é um dos roteiros mais cobiçados da Amazônia quando o assunto é observação de aves e que os observadores da vida selvagem se deslocam para os setores de turismo por onde passam. “Muitas outras pessoas têm falado sobre o Acre e caçado a parada no estado para observação de pássaros. Essa chamada tem crescido exponencialmente de ano para ano”, diz ele.
O Acre é um território que abriga milhares de espécies diferentes de animais e plantas. Dentre esses animais, as aves ganham notoriedade pela beleza, canto e, em alguns casos, a raridade.
No estado, foram encontradas mais de 700 espécies, dentre as quais aproximadamente 35 são endêmicas, que são aves indígenas, para a região sudoeste da Amazônia, que abrange todo o território do Acre.
O Parque Estadual Chandless possui 695 mil hectares de área protegida, o equivalente a 4% de todo o território acreano. A unidade de conservação, gerida pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema), conta com o importante apoio financeiro do programa Áreas Protegidas da Amazônia (Arpa). O parque abriga uma das mais ricas biodiversidades da Amazônia Ocidental com mais de 1.300 espécies, entre aves, mamíferos, insetos e plantas, segundo dados do plano de manejo.
*Com agencia acre